Esse texto não foi escrito por mim, mas pela psicóloga Livia Marques, que também é mãe. Livia é psicóloga clínica desde 2008 e atualmente atende na área clínica crianças, adolescentes e adultos, tendo como principal objetivo melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Ela vai escrever para nosso blog quinzenalmente e hoje saiu o primeiro artigo. :)
Qualquer dia conto minha experiência nesse assunto, que não foi nada fácil! E você, tá passando por isso? Se quiser, pode me contar para desabafar. :)
"Acredito que muitas de nós mães já se deparou com essa
situação: A licença está acabando e agora?
Já no início digo o seguinte: Não é padrão todas sofrerem
pelo fim da licença maternidade. Algumas mamães se sentem bem em voltar e
outras não. Isso dependerá de cada uma de nós. E nem por isso uma é melhor ou
pior do que a outra. Simplesmente cada uma é ÚNICA, apenas.
Hoje no nosso país algumas empresas adotam 6 meses de
licença maternidade, infelizmente apenas algumas. Acredito que na maioria dos
casos as mamães possuem apenas 4 meses de licença o que já faz com que o
pensamento de antes mesmo da criança nascer seja: “Preciso fazer as contas para
ficar um pouco mais de tempo com meu bebê antes de voltar a trabalhar.”
Voltar ao trabalho após a licença pede um bom planejamento
para que a mamãe consiga realizar seu trabalho e também dar conta do
bebê. Essa “maratona” (eu chamo de maratona, pois é algo cansativo e puxado)
pode causar em algumas mães desgaste físico e emocional.
Algumas mães sentem um prazer muito grande em sair de casa e
ver outras pessoas, conversar com outras pessoas, se arrumar para sair e ir
trabalhar. Isso não é pecado, apenas é um bem estar para essa mulher que tem um
ritmo diferenciado, ela é assim. Essa mamãe quando acaba seu expediente no
trabalho corre para abraçar e ficar de chamego com seu bebê.
Há outras mamães que não suportam a distância do bebê na
volta ao trabalho e pedem demissão para ficarem com seus filhos, aqui eu
poderia dizer apenas, mas não é APENAS. Essa mãe também trabalha em casa, tem
outros papéis. Digo que essa mulher precisa se adaptar agora a possíveis reajustes quanto à vida financeira da família (em alguns casos, não são todas) e também à diminuição de contato social (ainda bem que hoje temos as redes sociais que nos auxiliam um
pouco).
Em ambos os casos há desgaste, seja ele físico ou emocional.
Como eu disse cada uma é ÚNICA e acredito que todas querem oferecer o melhor
para esse bebê e aproveitar o máximo. Aproveitar com QUALIDADE é muito importante, pois caso contrário não adianta quantidade de
tempo.
Então vamos juntas pensar em como fazer esse fim da licença
maternidade ser menos dolorido?
O seu bebê ainda não consegue identificar que ele é um ser
separado de você. Já percebeu que quando você se distancia dele, ele fica
procurando por você e em alguns casos até chora muito? Aqui em casa com a minha
bebê mais nova é assim também (ela tem 6 meses). Então uma dica: Tente fazer
aquela brincadeira de se esconder e aparecer para seu bebê. Outra dica
importante é você sair rapidinho e deixá-lo com alguém de sua confiança.
Exemplo: Se vai ao mercado ou padaria, verifique a possibilidade de ter alguém com
ele(a). Isso fará com que essa separação vá acontecendo gradativamente. Pode
ter choro? Sim. Tanto dele(a) quanto seu.
Verifique como serão os cuidados com o bebê na sua volta ao
trabalho. Com quem ele ficará? Na creche? Com a avó? Babá? Como será feito
isso?
Se a opção for creche, conheça as suas opções e também
condições financeiras para escolher o que for melhor para vocês. Sinta
confiança. Se a opção for alguém da família, também tenha confiança na pessoa com
quem estará deixando seu bebê. O importante é você ir trabalhar “tranquila”(vocês
entendem meu tranquila, não é?), sabendo que seu bebê está em um local ou com uma pessoa com quem você pode contar. E outra muito importante: Você tem alguém que esteja com
você? Companheiro, companheira. Então vamos envolver esses outros neste momento
de volta ao trabalho.
Algumas pessoas dizem: “Isso passa eu já passei por isso, outras pessoas também e ninguém morreu.”
Pode até ser, mas cada uma sabe a dor, a angústia que está sentindo.
Cada pessoa irá lidar de uma forma, ok?
Se você é aquela mamãe que pediu demissão para ficar com o
bebê, saiba que você também precisa de apoio e carinho. Sua rotina não deve ser
muito fácil, não é? Para as duas mamães, um recado: sintam-se abraçadas por mim. Este mundo da maternidade é mesmo cheio de informações e pontos de
interrogação. Mas é tanto amor envolvido que tudo vale por eles.
Um grande beijo e nos vemos por aí."
Livia Marques
Psicóloga e Coach
CRP: 05/37353
Contatos: 21 997136690/ 21 25672545
A blogueira pode acrescentar um adendo ao texto? Ainda tem aquela mamãe que não tem necessidade de sair para trabalhar por ela mesma, que preferiria ficar em casa, mas precisa daquela renda e se separa do seu bebê forçosamente porque não pode abrir mão do emprego. Quem se identifica?
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